[Moradia] Familía Uchiha Inuzuka - Casa Principal

Inuzuka Mei

NEW LIFE

Um suspiro foi largado no ar. Dois olhos de cores distintas e mortais fitaram, brilhantes, um céu azul repleto de nuvens de diferentes formas, tão preenchidas que fariam imaginar pedaços enormes de algodão espalhados por uma água pura demais. Os braços penderam para trás e os ossos relaxaram numa almofada fofa presa nas costas de uma cadeira de madeira.
Um sorriso colorido surgiu-lhe na face ao imaginar tudo o que se havia sucedido à guerra; os filhos maravilhosos que Welder lhe concedera, e um homem único que o destino lhe dera. Inpirou fundo uma vez mais, apenas para experimentar o sabor da liberdade e calma uma vez mais, e deixou-se ficar a observar as nuvens.

Inuzuka Mei

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Uma voz que mais se assemelhara à de Welder há cerca de trinta anos atrás escutou-se perto de si e o impulso foi ela voltar-se para averiguar se não era realmente o seu amado. Mas tudo o que ela visualizara à sua frente, fora uma miragem, uma imagem do passado de Welder, um espelho que refletia o passado.

Um sorriso preencheu-lhe o rosto rapidamente enquanto esperava que seu filho se aproxima-se de si. Uma mão largou o braço da cadeira e poisou-se sobre a cabeça do filho, movendo-se de um lado para o outro como quem cumprimenta com uma carícia. Ouviu-se o latido e um enorme cachorro branco de olhos amarelados levantou-se de lado de Mei e fitou o pequeno desconfiado nos primeiros segundos, mas depressa sossegou, voltando a deitar-se aos pés de sua mestra.

-Bem-vindo de volta, filho. - ditou-lhe numa voz serena e suave como uma canção. Ela riu-se com a confusão do filho e inspirou fundo, como quem procura contar uma história -Não se preocupe, meu bem, não tem nada a ver com aquela técnica do passado. Seu pai recebeu células de um amigo, e essas células são do Clã Senju, um clã que recebeu o dom de controlar o elemento Madeira, Mokuton. Esse elemento é constituído pela mistura de dois: Suiton e Doton. Você possui o Katon, que é um dom natural dos Uchiha e o Raiton, que é de seu pai. Percebe?

Acariciou-lhe o rosto e avaliou-lhe o físico, como quem procura alguma ferida, um machucado grave - apenas um motivo de preocupação.

The Important Family

Oh how wrong we were to think immortality meant never dying...

Inuzuka Mei

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Esboçou um sorriso quando um cheiro claramente familiar adentrou-lhe as narinas. Logo a seguir, um cachorro muito stressado investiu contra Shiromaru, mordendo-lhe o focinho e atirando-se contra ele, abanando a cauda e ofegando - típico cão brincalhão. A sua filha acabara de chegar, andando sempre com aquela postura tão confiante, tão sossegada que lhe fazia lembrar ela mesma quando era mais ou menos da idade de Ayame. Brincou com o irmão, e anunciou-lhe que agora fazia parte dos Shinobis oficiais de Konoha - o que deixara Mei bastante feliz.

-Muito bem, Ayame-chan! - congratulou-a. - Seu pai vai ficar muito orgulhoso!

Notou o ligeiro corar de Ryuu e percebeu de imediato que este também já se graduara. Mencionou algumas coisas para a irmã e vasculhou o seu bolso, retirando - também ele - uma hitayate idêntica à de Ayame. Riu-se aos comentários dele sobre o professor e seus alunos e recebeu a bandana das mãos dele, inclinando-se para a frente para a colocar sobre a testa, e prendê-la atrás.

- Perfeito! - avisou, voltando a encostar-se na cadeira. - Sabem, quando eu era da vossa idade, eu era bastante calada e solitária. Os meus colegas de turma não tinham quaisquer contatos comigo, então era como se eu não existisse... Mas, vosso pai, mostrou-me que eu realmente existo, e agora tenho vocês para comprovar isso!

Levantou-se, pronta para prender os filhos nos seus braços, num longo e apertado abraçado que só as mães sabem dar. Afastou-se quando compreendeu que Ryuu estava entusiasmado em começar os seus treinos. Ela achava que ele seria um Shinobi excelente, como o seu pai, que sempre fora tão fantástico nas suas batalhas. O olhar desviou-se para Ayame e uma dor atingiu o seu coração em grande, fazendo-a erguer as sobrancelhas preocupada. Ayame lembrava-lhe tanto ela que ela temia que sua filha tivesse, também, dupla personalidade, guardando um monstro sangrento dentro de si. sempre sussurrando na sua cabeça, esperando sangue ser derramado para controlar o corpo e destruir, matar tudo o que encontrava pela frente. Contraiu os lábios e inspirou fundo.

- Sim, vou buscar lá dentro. E também tem uma coisa que quero dar a você, Ayame-chan. - avisou, enquanto se levantava da cadeira e caminhava para o interior da casa, seguida de Shiromaru e, consequentemente, Tsume, que continuava a provocar um paciente e sereno Shiromaru.

Adentrou o seu quarto e de Welder, e vasculhou as prateleiras de pergaminhos feitos por Welder, a maioria teria informações sobre o seu clã, mas outros tinham algumas técnicas escritas com o tempo, pensando em seus futuros descendentes que ele imaginara curiosos sobre técnicas e querendo se tornar fortes. Ela sorriu ao pensar que isso sempre acontecera realmente. Retirou um pergaminho avermelhado com um símbolo estranho desenhado a negro - que ela identificava como sendo o símbolo do Clã Senju - e retirou outro pergaminho, escondido mais ao fundo, de cor azulada, com o símbolo de dois caninos vermelhos - típicos de seu clã. Correu a casa, volvendo a misturar-se com seus filhos e esticou os pergaminhos a cada um.

- Ryuu-chan, seu pergaminho contêm todas as técnicas Senju que seu pai conhece. Ayame-chan, seu pergaminho contêm as técnicas do Clã Inuzuka e... - curvou-se para se aproximar do seu ouvido e sussurrou-lhe. - Algumas técnicas que eu e o meu falecido parceiro, Link, criámos. Faça bom proveito.

Volveu a erguer-se, remexeu-lhes os cabelos com as mãos depois de pegarem nos pergaminhos e sorriu-lhes. Volveu a sentar-se na cadeira, e Shiromaru também voltou à sua posição deitada, enquanto Tsume mordia-lhe a orelha e puxava-a para tentar provocá-lo.

- Agora vão treinar e façam vossos pais orgulhosos!

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Observar e admirar o céu proporcionava tamanha paz àquela mulher que seus pensamentos se perdiam em meio ao tempo, ele passava tão depressa que era invisível. Aquele movimentar das nuvens, o soprar do vento e aquele céu azulado que alterava apenas a tonalidade mas nunca a cor. Durante a noite era ainda mais belo, aquele espetáculo escuro repleto de pontos de luz cintilando e criando formas. Mas, uma coisa não mudara. Ela ainda preferia o por do sol, o raiar do crepúsculo.

Levantou-se daquela cadeira caminhando casa adentro, Shiromaru levantou a orelha na direção em que a sua mestra caminhava e depois ergueu-se ligeiramente e seguiu ela. Ambos chegaram a cozinha da residência e lá Mei preparou uma refeição para eles, rápida entretanto deliciosa. Teve de aprender a lidar com tarefas domésticas após casar-se com Welder e dar a luz a lindos filhos, não foi muito fácil mas se deu bem. - Ah tempos não comemos todos juntos... Temos que fazer um almoço em família de novo! Me pergunto se aqueles três conseguiram terminar o treinamento... - Colocou o dedo indicador no queixo, pensativa. - Bom, logo eles virão! Vamos comer Shiromaru? - Colocou sua tigela no solo e sorrio, o enorme cão albino atacou o lanche e Mei se colocou a comer seus bolinhos de arroz, pensando naquilo que o perturbava anteriormente e agora voltou a tona.